O estúdio propõe soluções arquitetônicas autênticas e inovadoras a partir da gestão consciente de recursos sustentáveis e do diálogo com o território. Sua abordagem se estrutura em uma prática não linear, que reconhece o processo construtivo e a reflexão crítica como campos simultâneos de ação. A arquitetura é entendida como um gesto contínuo de transformação que se dá nos interstícios — entre materiais, escalas, tempos e narrativas — valorizando tanto o que foi construído quanto o que permanece em potência. A prática opera no entrelaçamento entre o feito e o por fazer, tensionando limites e abrindo novas possibilidades de ocupação e regeneração dos espaços. Inspirado pela noção de campificação — o campo como campo experimental — o estúdio investiga o valor dos territórios esquecidos, dos vazios urbanos e das ruínas contemporâneas como motores para imaginar futuros possíveis

Júlia Peres é arquiteta formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2014-2019) com MBA em Gerenciamento de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas – FGV (2024–2025). Em 2020, fundou a RUÍNA Arquitetura, estúdio sediado em São Paulo com foco no reaproveitamento de materiais e soluções de baixo impacto ambiental.

Seu trabalho se baseia na estratégia de criação de soluções arquitetônicas que dialogam com o contexto local e exploram o potencial material e imaterial dos espaços. Atuou em colaboração com escritórios e instituições como Architects Office – AO, Isaac Safdie Arquitetura em colaboração com Group Allard, Al Borde (Equador) e a 11ª Bienal de Arquitetura de São Paulo, além de projetos junto ao IAB, Design Week 2023, Somauma e a Sharjah Architecture Triennial.

Em 2023 e 2024, teve sua trajetória reconhecida nacional e internacionalmente. A RUÍNA foi o único estúdio brasileiro selecionado para a 2ª Trienal de Arquitetura de Sharjah, e indicada a prêmios como Best New Practices (ArchDaily), Architects Directory (revista Wallpaper) e Twenty-Five Women Architects and Designers You Should Know (Dezeen).

Entre as premiações, venceu o 1º Prêmio Habitabilidade – Categoria Sentidos e o 24º Prêmio IABsp – Cultura Arquitetônica, e foi finalista na XII Bienal Interamericana de Arquitetura e Urbanismo e no Prêmio Interamericano de Modelos Educacionais Inovadores, com a disciplina (Des)Construir e Ocupar. Participou da Design Week SP 2023 com a instalação Virgínia em suspensão e do curso Thinking Design for This Century, da Parsons School of Design.

Desde 2024, integra o programa Practice Lab do Instituto Re:Arc, com um projeto de impacto social e paisagismo regenerativo na Ocupação 9 de Julho, em São Paulo.